quinta-feira, 16 de dezembro de 2010


Design: Alfaiataria Visual

SMS - Sociedade Martins Sarmento,
Rua Paio Galvão - Guimarães
10:09:05 a 11:10:05
AMIW na SMS
SMS: curadoria/curator: Lígia Araão
Carla Cruz com/with: André Alves, Miguel Bonneville, Catarina Carneiro de Sousa, Isabel Carvalho, Mauro Cerqueira, Maria Filipe Castro, Carla Filipe, Nina Höchtl, Ana Peréz-Quiroga, Paradoxal, Suzanne van Rossenberg, Paula Tavares, Transgender Platform, Unknown Sender e/and ZOiNA.

O Dicionário de Crítica Feminista (Amaral e Macedo, 2005) funcionou como fio condutor desta exposição.

The book Dicionário de Crítica Feminista, edited by Ana Gabriela Macedo and Ana Luísa Amaral in the same year functioned as leitmotiv for the exhibition.


ALL MY INDEPENDENT WOMEN é uma colecção de arte feminista… uma colecção não adquirida mas que ainda assim me pertence porque faz parte do meu imaginário artístico. Mulheres e homens que questionam a sua posição no mundo, e no mundo da arte através da especificidade do seu género (“Numa cultura que é de facto construída pela dualidade sexual, não se pode ser simplesmente humano” – Bordo), questionando pois o que é isto de se ser mulher na nossa sociedade, ser feminino ou masculino.

AS ARTISTAS (uso o feminino contrariamente à convenção do uso do masculino para designar o plural misto ou o geral, pois apesar de se incluírem homens nesta colecção ela trata maioritariamente de mulheres artistas) que escolhi são-me próximas, já trabalhei de alguma forma com quase todas elas, acompanho o seu percurso de perto, assim posso dizer que o trabalho delas constrói aquilo que é o meu.

Se com a afirmação de Beauvoir “NÃO NASCEMOS MULHERES, TORNAMO-NOS MULHERES”
(Simone de Beauvoir 1949) ganhamos consciência da construção do papel feminino contra a ideia de natural, “o nosso maior desejo pode ser ‘transcender as dualidades da diferença sexual’; não ter o nosso comportamento categorizado em termos de ‘masculino’ ou ‘feminino’. Porém quer nos agrade ou não, na cultura presente as nossas actividades são codificadas como ‘masculinas’ ou ‘femininas’ e funcionarão como tal no sistema prevalecente das relações de poder entre os sexos” (Bordo, 1990). Mantém-se, portanto, actual a necessidade dum movimento feminista cujo objectivo … não é negar a diferença, mas recuperar o feminino na diferença sexual, gerar um imaginário de mulher autónomo, para lá dos estereótipos existentes da mulher” (Braidotti, 1994).

Impulsionada pela recente publicação de um DICIONÁRIO PORTUGUÊS DA CRÍTICA FEMINISTA (Ana Gabriela Macedo e Ana Luísa Amaral) decidi fazer esta breve colecção usando entradas do dicionário, tais como: Aborto, androginia, bissexualidade, ciberfeminismo, contos de fadas, corpo, estereotipo, feminilidade, género, imagem, masculinidade, maternidade, patriarcado e prostituição, sendo estas: fio condutor, ordenador e fundo da colecção, que permitirão uma releitura do feminismo em Portugal, reabrindo as obras expostas a discussão feminista nas artes plásticas.

Carla Cruz, Julho de 2005



vista da exposição / exhibition view

Nina Hoechtl

"To My Independent Friend, Naima When She Was Five" 2005
DIFERENÇA SEXUAL
O objectivo do feminismo não é negar a diferença, mas recuperar o feminino na diferença sexual, gerar um imaginário de mulher autónomo, para lá dos estereótipos existentes da mulher (Braidotti, 1994) (Amaral, Macedo, 2005)

Unknown Sender

"Nice & Easy" 2005

BRUXA / BRUXARIA
Bruxaria é um termo que faz parte da tradição crista e designa uma arte diabólica, sobretudo feminina, que requer a interferência de espírito sobrenaturais no sentido de provocar a ocorrência de determinados factos.
A palavra «bruxa» pode ter três sentidos: «mulher velha e feia», «feiticeira» ou simplesmente adivinha» «curandeira». O primeiro sentido refere-se à aparência e é um epíteto insultuoso, explicando-se pelo facto de, na imaginação popular fealdade ser associada ao maligno, visto serem ambos elementos negativos. «Feiticeira» refere-se a uma figura feminina poderosa que utiliza a sua força para praticar o Mal e cujos poderes advêm de um pacto com o Diabo; enquanto divindade maléfica, a feiticeira tem de exercer determinadas praticas ritualistas e a sua actividade é essencialmente nocturna. A «adivinha» ou «curandeira», esta associada a mulheres encaradas com tendo capacidade de ler o futuro, de curar e de fazer «magia branca», isto é, encantos a favor de alguém. do ponto de vista feminista, é o segundo sentido da palavra que é importante. A bruxa-feiticeira é alguém que rejeita a integração numa comunidade (cuja norma é patriarcal e cristã), optando pela força das trevas. Esta opção coloca-a numa posição de isolamento e auto- exclusão que é subversiva, porque constitui uma alternativa, uma vivência à margem das regras da comunidade, vivência essa interpretada pelo poder estabelecido como um exemplo de indiferença em relação a regras que se querem totalitárias e credíveis.
Este isolamento é ainda mais perturbador na medida em que sugere liberdade sexual e autodeterminação, duas características inaceitáveis no papel que se esperava que as mulheres desempenhassem na sociedade.
A afirmação de uma identidade feminina forte é sentida como uma ameaça à identidade masculina. (Amaral, Macedo, 2005)

Carla Filipe
 
"Contador de Histórias" 2003
EVA
É a primeira mulher, mãe de toda a espécie humana. Segundo alguns textos hebraicos Eva terá sido a segunda esposa de Adão, a que Deus cria após Lilith, a primeira esposa, o ter abandonado. Assim sendo, e segundo este ponto de vista, Eva é o protótipo da mulher desejável dentro da ordem patriarcal: esposa fiel e obediente, mãe múltipla e sofrida, ou seja a mulher domada. (Amaral, Macedo, 2005)

André Alves



"Amazones- National Omi" 2005
AMAZONAS
Segundo a mitologia grega, povo de mulheres guerreiras, descendentes com o deus da guerra, Ares, e da Ninfa Harmonia; viviam na Ásia Menor, nas margens do rio Themodonte e governam-se a si próprias, excluindo os homens do seu convívio, só os admitindo como servos…
Conveniente ao estado patriarcal ateniense projectar a imagem da mulher como opositora ao estado, desta forma justificaria a acentuada e inusitada politica de denominação das mulheres, num estado que, em outros aspectos, representa o expoente máximo de uma tão desenvolvida civilização…(Amaral, Macedo, 2005)





"Fairy Tales" 2005

CONTOS DE FADAS
O objectivo do conto: ensinar uma «lição de vida» e moldar o carácter do ouvinte. Como o conteúdo pedagógico dos contos se dirige às gerações mais jovens, o protagonista é, quase sempre, um rapaz ou rapariga que tem de enfrentar alguns desafios que estão implícitos na transição para a idade adulta.
O resultado desta divisão no comportamento das personagens dos contos leva a que estes se tornem inibitórios para as raparigas, encorajando-as à passividade e à apatia, em lugar de despoletar um equilibrado desenvolvimento das suas potencialidades e personalidade. (Amaral, Macedo, 2005)
Maria Filipe Castro

"Mon Petit Boudoir" 2001

FEMINILIDADE
De «feminil», carácter próprio da mulher. Em português, o termo «feminino» pode abarcar dois sentidos distintos, o de imitação e conformidade com os padrões sociais e sexuais tradicionalmente identificados como pertencendo à mulher, e o de descoberta de si, isto é, da sua subjectividade e diferença em relação ao masculino.
Equivale a um conjunto de regras impostas à mulher pela sociedade patriarcal, de forma a torna-la atraente (quer em comportamento, quer na aparência) aos olhos masculinos.
«Não nascemos mulheres, tornamo-nos mulheres, assim defendendo que a feminilidade (o tornar-se mulher) tem origem em estruturas sociais. Beauvoir. (Amaral, Macedo, 2005)

ZOiNA

Fotos documentais de "Zona Lúdica" 2000
ZOiNA - Colectivo Feminista de Intervenção Artística
(Ana Medeira, Carla Cruz, Catarina Carneiro de Sousa e Isabel Carvalho)

EDUCAÇÃO E FEMINISMO
O termo educação refere-se a um processo social que ocorre quer ao nível da instituição familiar, quer ao nível das instituições educativas. Dentro das teorias feministas, uma das preocupações no que diz respeito à educação é tentar demonstra o modo como as escolas tendem a reproduzir as relações de género e a subordinação das mulheres. (Amaral, Macedo, 2005)
Isabel Carvalho

"Susy" em colaboração com Mauro Cerqueira, 2005
PROSTITUIÇÃO
Palavra que designa as actividades sexuais com carácter comercial. Às mulheres que se prostituem chama-se prostitutas. Embora existam homens que realizam prostituição, o sexo feminino continua a ser maioritariamente aquele que desenvolve esta actividade.
A dificuldade em definir esta actividade está no estabelecimento de fronteiras entre os comportamentos que são considerados prostituição e aqueles que não são. Se existem actividades consensualmente definidas como tal, outras questionam a própria definição. Tal é o caso do alterne, prática que não implica relações sexuais, mas que compreende um relacionamento intimo no qual, a maior parte das vezes, existe um envolvimento físico erótico. Contudo as definições tradicionais de prostituição, que tendiam a referir três aspectos – a existência de uma interacção de tipo sexual, uma retribuição económica por essa interacção e indiferença emocional entre as partes envolvidas… é questionável designadamente, a componente que indica a ausência de afecto entre prostituta e cliente.
A partir dos anos 1970, surgiu uma noção mais ampla que, ao englobar novas práticas e actores, resolve parte do debate sobre este termo. Por força dos movimentos de prostitutas, apareceu a noção de trabalho sexual (Chapkis 1997) que, além das prostitutas, inclui as actrizes de filmes pornográficos, as strip teasers, as alternadeiras e as operadoras de linhas eróticas. Estas mulheres deixaram de ser encaradas como delinquentes, amorais ou doentes e passaram a ser vistas como trabalhadoras sexuais. As grandes defensoras desta posição são as próprias prostitutas e advogam que, ao fazê-lo contribuem para dignificação do trabalho exercido por elas para abolir o estigma a que estão sujeitas.
Distinguem prostituição livre de prostituição forçada e defendem que esta ultima, tal como o trafico de mulheres, devem ser considerados escravatura e combatidos como tal. (Amaral, Macedo, 2005)


"Unleashed" 2003
CONTRAFEMINISMO
Contra-reacção relativamente aos direitos das mulheres, defende que um movimento deste ti+o se tem vindo a desenvolver desde os anos 70, aquando das vitórias da segunda Vaga dos movimentos feministas. Faludi denuncia toda uma máquina de propaganda que pretende fazer acreditar que a independência e o poder conquistados haviam efectivamente revertido em desfavor das mulheres. Também Naomi Wolf (1992) salienta a importância dos meios de comunicação, apoiados pelas forças conservadoras, apostadas em retirar as mulheres os direitos conquistados, e atribui ao «mito da beleza» o papel de componente cultural de contrafeminismo.
Estribado no conservadorismo ideológico, o contrafeminismo encontra terreno fértil para a disseminação nos meios de comunicação, sustentados, eles próprios pelo sistema capitalista. (Amaral, Macedo, 2005)
Carla Cruz



"Tranvestite Feminine" 2002


"Transvestite//feminine" Roterdão, 2003
TRAVESTISMO
Adopção, por homem ou mulher, de trajes tradicionalmente associados com o outro sexo, de um modo temporário ou continuo.
Em muitas ocasiões o travestismo tem funcionado para as mulheres como uma maneira de ganhar acesso aos domínios masculinos que, de outro modo, lhes seriam inacessíveis…(Amaral, Macedo, 2005)

"Tranvestite//feminine" - os sapatos da cinderela
tamanho 39 - verniz pretos , laço com brilhantes
trocam-se por uns mais femininos,
2003
ESTEREOTIPO
Definem estereótipos sexuais como um conjunto estruturado de crenças gerais acerca dos atributos de homens e mulheres, crenças que são partilhadas por um grupo de indivíduos. Os estereótipos passam então, a ser concebidos como categorias potencialmente neutras, actuando de forma semelhante a outras categorias cognitivas e, como tal, tendo a função de facilitar a categorização e a simplificação do ambiente social, numa tentativa de dar sentido e consistência a uma realidade complexa.
No contexto português, os estereótipos sexuais podem, então, ser definidos como ideologização de comportamentos e acções de grupo, sociais, homens e mulheres, que se traduzem numa representação subjectiva e socialmente partilhada de uma ordem de relações entre esses grupos.
O estereótipo de masculino parecem associar-se dimensões de instrumentalidade, dominância, dinamismo e autonomia; o estereótipo feminino é, por sua vez, associado à passividade, submissão, dependência e expressividade de emoções e de sentimentos para com os outros.(Amaral, Macedo, 2005)


"Homenagem a rRose selavy" Carla Cruz e Isabel Carvalho 2002
este trabalho, planeado para ser exibido numa casa de banho e colocado na casa de banho masculina do Museu (arqueologia Sociedade Martins Sarmento) foi alvo de censura por parte da direcção e retirado para a sala principal da exposição .... ... ... ... .. .. .. . . . . o corpo feminino é ainda altamente provocatório!

IMAGEM
O termo imagem possui significados muito diversos, o que dificulta a sua definição: desde representação visual à copia e reflexo, de impressão visual a representação mental ou ideia, até ao conjunto de características atribuídas a uma pessoa ou categoria de pessoas.
A importância atribuída à aparência da mulher: sempre e, palco, sempre observada, sempre visível, «a mulher transforma-se a si própria em objecto visual: uma visão». Por outro lado, pela frequência com que o feminino aparece em todo o tipo de representações visuais, desde a publicidade à moda, passando pela arte, pela pornografia, etc. (Amaral, Macedo, 2005)
Suzanne van Rossenberg

"Science-fiction story in three parts" 2005
UTOPIA FEMINISTA
Qualquer tipo de sociedade humana ou de estado imaginário, mais propício e ideal, teve a sua origem, em 1516, com a publicação da obra Utopia de Sir Thomas More. A partir do significado lexical consignado neste titulo, toda criação de uma sociedade alternativa, instituíram-se os pilares da tradição utópica… a utopia é entendida como a promessa de uma sociedade melhor ou de estruturas sociais mais adequadas que contrastam com a sociedade em que se insere o seu autor. Podem também num outro sentido apresentar um lugar que não existe, excepto na imaginação do autor ou do leitor.
O termo utopia feminista aponta para uma ligação entre os elementos utópicos e o feminismo. A utopia feminista, tal como qualquer outra utopia é crítica e profética. Contudo distingue-se dos outros textos utópicos na medida em que apresenta uma crítica à opressão patriarcal, baseando o futuro da mulher e da humanidade em valores feministas. (Amaral, Macedo, 2005)
Paula Tavares

"O Meu Corpo Pertence-me" 2004
CORPO
«Na velha metáfora do ‘corpo politico’, o estado da sociedade era imaginado como um corpo humano em que os diferentes órgãos e partes simbolizavam diferentes funções, necessidades e constituintes, forças, etc. (…) Para o feminismo o corpo é ele próprio uma entidade politicamente inscrita, sendo a sua fisiologia e morfologia moldada e marcada por praticas históricas de condicionamentos e controlo – desde o enfaixamento dos pés ao uso dos corpetes, à violação e ao espancamento, à heterosexualidade compulsiva, à esterilização forçada, à Gravidez não desejada (…) ao tráfico explicito» (Bordo, 1993) (Amaral, Macedo 2005)

Catarina Carneiro de Sousa

Desenhos Menstruais, 2001

INVISIBILIDADE
Relativo à descriminação social das mulheres, pela forma como a sociedade patriarcal estrategicamente remete as mulheres à invisibilidade – aquilo que não se vê, não existe. Esta expressão é também referida muitas vezes pela expressão metafórica “tectos de vidro”. Do Inglês glass ceiling, que diz respeito às barreiras discriminatórias que afectam as mulheres em posições intermédias de chefia e que as impede de avançar para postos de maior responsabilidade e poder.
O tecto de vidro» representa muitas das vezes uma descriminação subtil, por pouco evidente, subtileza essa que advêm do enraizamento cultural de determinados pressupostos de diferenciação dos géneros. DCF (Amaral, Macedo 2005)


"Mais Vale ser Uma Cadela do que Uma Galinha" 2001


"Lavagem a seco" Carla Cruz e Catarina Carneiro de Sousa, 2004
para a La Balancette, (org. Ateliers-Mentol) Lavandaria Olímpica, Porto

ABORTO
O aborto enquanto interrupção voluntária da gravidez é um crime punível com pena de prisão pelo código penal, à excepção de situações como malformação do feto, risco de morte para a mulher ou violação. A lei condena, pois, a maioria das razoes que levam as mulheres a abortar, e que se prendem com motivos emocionais, afectivos, económicos, pessoais e de projecto de vida. Portugal e a Irlanda são os dois países da união Europeia com legislação mais proibitiva.
Com esta lei injusta e inadequada, são mulheres provenientes dos meios socioeconomicamente mais desfavorecidos, bem como as mais jovens, que correm mais riscos, abortando clandestinamente, em condições de miséria, indignas e perigosas.
Causa relevante de morte materna, o aborto é não só um grave problema de saúde pública, mas também um problema de cidadania numa sociedade plural e de afirmação do desejo e do direito à felicidade e ao amor: as mulheres e os homens deveriam poder planear as suas vidas e ter o número de filhos planeados; e se ser mãe e ser pai deve ser uma escolha, ser criança desejada é um direito. Estão em causa a violência e a injustiça e a hipocrisia social que autoriza o Estado a interferir nas decisões pessoais das cidadãs e dos cidadãos.
O aborto é considerado um analisador civilizacional, item avaliativo dos padrões culturais e sociais dos diferentes países; por isso «a liberdade e responsabilidade reprodutiva e a institucionalização de condições seguras para abortar em segurança» é uma recomendação aos países membros da Europa comunitária, decisão da conferência do Cairo sobre População e Desenvolvimento (1994) e da Plataforma de Acção da Conferencia de Pequim das Nações Unidas (1995). (Amaral, Macedo, 2005)

Miguel Bonneville
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Quem Sou#2 performance de Miguel Bonneville
photo by sofia arriscado 2005
PATRIARCADO
Num contexto antropológico é o termo que descreve um sistema de organização social, formado a partir de células familiares estruturadas de tal forma que as tarefas, as funções e a noção de identidade de cada um dos sexos estão definidas de uma forma distinta e oposta, sendo estabelecido que as posições de poder, privilégio e autoridade pertencem aos elementos masculinos, quer ao nível familiar, quer ao nível mais lato da sociedade no seu todo.
O patriarcado constituiu-se a partir da concentração de recursos e propriedade nas mãos dos homens, definindo um sistema de heranças ligado a uma genealogia por via varonil. (Amaral, Macedo, 2005)

TEXTOS: Amaral, A. L. Macedo, G. 2005. Dicionário de Crítica Feminista. Afrontamento.